Nova Faculdade de Medicina

| quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Foi ontem anunciada a abertura de mais um curso de medicina em Portugal. Desta vez em Aveiro, essa bela localidade. Com esta são já nove, os cursos de medicina existentes. Neste caso, tal como na Universidade do Algarve, apenas para pessoas já licenciadas na área da saúde, como Farmácia, Biologia, Quimica e análogos.
Maisa uma vez, lá veio o bastonário da ordem dos médicos, Pedro Nunes, pronunciar-se contra esta abertura de mais um curso de Medicina. Ai e tal, que os existentes são suficientes, que não há necessidade de mais, e outras barbaridades que tal.
Hoje, no "Jornal de Noticias", li uma coluna de opinião, que expressa perfeitamente a minha opinião sobre o assunto, e demonstra de forma clara, o que se passa não ´so na classe médica, mas em muitas outras classes. O corporativismo no seu melhor. Passo a transcrever esse texto:

Uma "grande asneira"
00h00m
Para o bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, a criação de um novo curso de Medicina, na Universidade de Aveiro, é uma "grande asneira" e "não devia acontecer" pois "há faculdades de Medicina que chegam e sobram".

Já dissera o mesmo quando foi anunciada a Faculdade de Medicina do Algarve e di-lo sempre que são abertas mais vagas nos cursos de Medicina. Mais médicos significa mais concorrência, e isso assusta a Ordem, para quem há médicos "que chegam e sobram", assim logrando a proeza de se pôr ao mesmo tempo contra Hipócrates e Adam Smith. Para a Ordem dos Médicos, o SNS anda a contratar médicos espanhóis, cubanos, argentinos, uruguaios, etc. não por necessidade, mas por cosmopolitismo. E as povoações do interior queixam-se de não terem médicos de família só por serem queixinhas. Do mesmo modo, os duplos e triplos empregos comuns na classe serão apenas "hóbis". É natural que Pedro Nunes se preocupe com a lei da oferta e da procura e pense justificadamente que mais oferta de médicos fará baixar o preço dos actos médicos. Mas não poderia pensar também um pouco na saúde dos portugueses?"

Manuel António Pina, in "JN" de 16-12-2009


Curto mas elucidativo, não acham?
Adoro Portugal, mas é este o país que temos, infelizmente. Saibamos viver com ele, na esperança de dias melhores., Até lá esperemos.

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