Um sábado diferente

Este sábado, ocorreu aquela que é a uma ocasião única no ano para mim; fazer uma vindima. Todos os anos, desde que sou miudo, que faço esta vindima nas vinhas que eram dos meus avós, e que agora são mantidas por dois dos meus tios. È sempre com prazer redobrado que compareço, e revejo pessoas, que apesar de viverem perto, só nos encontramos nesta data práticamente. Conheci a maior parte deles ainda gaiato, quando a minha função ainda era apanhar bagos do chão. Com o correr dos anos fui subindo até ter direito a uma escada para subir as ramadas. Que orgulho na altura.
Com o passar dos anos, as vinhas foram diminuindo, dando lugar a algumas construções de familia, minha inclusive, e hoje já só metade do pessoal é necessário e só por meio-dia. Antigamente, era todo o dia, e cerca de 30 pessoas, Agora está pela metade em tudo. Pessoas, duração, vinho, festa. Mas continua a ser agradável.
Começamos às 07.30, paramos às 10 para o lanche, com bacalhau, figado, febras, pão e vinho, e depois é sempre a aviar até cerca das 13.30, quando tudo finda. Segue-se o almoço, com as histórias de sempre, as piadas, os assuntos do momento, tudo em amena cavaqueira e boa disposição, Depois do almoço, enquanto alguns vão ainda pisar um bocado o vinho, outro juntam-se a jogar sueca, e abeber umas canecas da casa. Nunca perguntei aos meus tios, mas deve ficar caro este dia.
Ao fim da tarde, começa a debandada, alguns "sozinhos", outros "acompanhados", se me estão a perceber.
Depois da vindima, eu tinha um jantar marcado, já habitual,pois realiza-se todos os anos nesta altura, e que comemora o aniversário da FNA de Rebordões, terra da carla. A FNA, mais não é do que um agrupamento de antigos escuteiros, e que alem deste jantar, organizam diversas actividades, ao longo do ano, como acampamentos, passeios, jogos. Embora não conheça toda a gente, é sempre uma noite agradável e palco de alguns reencontros tambem.
Este ano o jantar foi diferente do habitual, e em vez de um restaurante, optaram por conseguir um espaço, e serviram um porco no espeto, que está muito na voga por estes lados. Já tinha ouvido falar, inclusive sido convidado, mas nunca se tinha proporcionado, e andava com curiosidade. Posso dizer, que sem ser nada do outro mundo, é agradável. Foi posto um enorme porco a assar inteiro, sobre as brasas e depois iam desfazendo em bocados muito finos, conforme a necessidade. A carne era boa, com um molho muito picante, como eu gosto, e a fòrmula proporciona um convivio salutar.
Depois dos parabéns e do bolo, mais alguma conversa, umas cervejitas, e casa, que o corpo já se começava a ressentir do esforço deste dia.
Foi um sábado diferente, mas extremamente agradável. A vida é mesmo bela.
Até para o ano.